As birras surgem igualmente em ambos os sexos, com maior ou menor intensidade, sobretudo em crianças com idades compreendidas entre os 18 e os 48 meses, com um pico entre os 2 e os 3 anos. Coincidem com a altura em que a criança está a adquirir autonomia e a tentar dominar o meio ambiente. Desta forma, as birras são consideradas como uma fase do desenvolvimento normal da criança, caracterizando-se por acessos de cólera em resposta à frustração.
As MANIFESTAÇÕES das birras são várias: choro, gritos, pontapés, rigidez, extensão dos membros e do tronco. Além disso, a criança pode bater nos outros, bater com a cabeça no chão ou nas paredes, morder-se, atirar-se para o chão, espernear, fugir, atirar com objectos, suster a respiração ou desencadear o vómito.
As CAUSAS da birra, nestas idades, devem-se ao fato de a criança não possuir, ainda, mecanismos para lidar com a frustração, a sua linguagem verbal é insuficiente, não tem capacidade para perceber o futuro e adiar as suas vontades e tem poucas competências para resolver problemas. Pode, assim, recorrer à birra para chamar sobre si a atenção do adulto ou, sobretudo a partir dos 3 anos quando já domina melhor a linguagem falada, como forma de obter o que quer e manipular o adulto.
São conhecidos os FATORES DESENCADEANTES que favorecem o aparecimento da birra: o cansaço, o sono, a fome e certas situações como a refeição, a hora de deitar, as idas ao supermercado ou a falta de atenção.
Embora as birras sejam consideradas uma característica normal do desenvolvimento, há SINAIS DE ALARME que devem levar os pais a procurar ajuda:
- Quando as birras aumentam de frequência, duração e intensidade, sendo impossível controlá-las;
- Quando a criança se magoa ou magoa os outros;
- Quando a criança destrói brinquedos ou outros objectos;
- Quando as birras ocorrem na escola;
- Quando os pais reagem com agressividade às birras dos seus filhos.
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